sábado, 22 de novembro de 2008

Sobre a Wildcat

(Ronnie Brown passa na inovadora Wildcat)

Há 7 semanas atrás eu voltava de ônibus de São Paulo e perdia o jogo do Dolphins, foi o único jogo que perdi do Dolphins esse ano. Minha intuição me dizia para voltar de avião, eu sabia que algo is acontecer nesse jogo. Chegando, pelo celular percebi que algo de fato havia acontecido. Nós havíamos vencido, e por muito, algo estava errado.

            Quando cheguei em casa e vi o VT do jogo, percebi que realmente havia algo diferente. Era uma formação nova, em que Ronnie Brown jogava como Quarterback, nos rendeu quatro Touchdowns corridos e um passado. Era ao mesmo tempo brilhante, ousado e de certa forma inovador. Na semana seguinte foi o Chargers, e começou; Wildcat aqui, Wildcat ali e Wildcat pegou. A Wildcat não era totalmente nova. Na verdade, de nova a Wildcat de nova não tinha nada. A wildcat era uma simples variação de uma Single Wing Formation, McFadden correu nela diversas vezes ano passado, a única inovação foi usa-lá na NFL.

            Táticamente a formação tem Ronnie Brown como Quarterback, Pennington como Wide, Jake long o Left Tackle como um TE, e Fasano o TE como LT, Ricky Willians o segundo Runningback, como Wide receiver. Ricky vinha no Motion para o lado desequilibrado (com Jake Long) e o Snap era dado, Brown ou entregava para Ricky correr ou corria sozinho. Foi simples assim que marcamos 3 Touchdowns no primeiro tempo. No segundo tempo quando a defesa do Patriots já se acustumava com a repetição das jogadas, Ronnie nem correu, nem entregou a Ricky e passou a bola. Uma jogada usada para o sucesso da outra de forma perfeita. Outro Touchdown. Simples e brilhante. Porque nunca usaram a Wildcat na NFL antes?

            Porque ela não daria certo, sempre dizem. Há tempos critico essa ortodoxia. Qualquer idéia nova ou inovação já vem logo acompanhada da ideia de que não dara certo porque o jogo na NFL é isso, é aquilo outro. Funcionou um jogo pelo menos, mas eu sabia que não por muito tempo, e esse tempo dependeria de Sparano. Isso porque de fato o jogo na NFL é mais isso e aquilo sim, mais rápido, mais forte, mais inteligente e a Wildcat só funcionou graças a surpresa, enquanto Sparano continuasse inovando a Wildcat continuava a ter sucesso.

            Foi assim que na semana seguinte a defesa do Chargers já se saiu melhor que o Patriots mas ainda tomando um Touchdown. Contra o Texans eu esperava um desempenho ainda pior, não que a Wildcat fosse ser reduzida a jardas negativas mas não esperava aqule monte de Big Plays das semanas anteriores. Ainda me lembro de antes do jogo comentar com um amigo a estranheza de ver Pennington como Wide sem a mínima necessidade, ele já é quase de cristal, estavam tentando machucar ele? A Wildcat começou como eu esperava; algumas jogadas, algumas outras jardinhas aqui e ali até como de costume Ronnie entregar a Ricky mas Ricky ao invés de correr, entrega a Pennington e este encontra um Patrick Cobbs a milhas de distância de qualquer outro ser vivo.

            Boom. Outro Touchdown, outra big play e o profeta feliz. O Dolphins veio a entregar aquele jogo no final no melhor estilo Dolphins mas isso não importa. Era Sparano  inovando e Wildcat dando mais frutos. E essa foi a grande novidade até o Seahawks vir para Miami a duas semanas atrás para uma inovação mais silenciosa. No segundo período o que prometia se mais uma corrida de Ricky Willians para um lado ou uma de Ronnie para o outro acabou sendo uma corrida de Ricky pelo meio com um pull de Jake Long. Era lógico. As defesas já esperavam jogadas pelos lados do campo, era sempre o que a Wildcat fazia. Quando entregaram a Ricky pelo meio os Ends haviam pinçado e os Linebackers dado um passo para fora. Assim mesmo que muitos não tivessem percebido a inovação Ricky correu sem ser tocado até Endzone.

            Nesse meio tempo no entanto, a Wildcat tornou-se mais popular que Barrack Obama. Eagles, Raiders Chiefs e muitos outros passaram a usar a Wildcat e essa passou a ser debate motivo de debates em vários os lugares. Entre as questões se ela veio para ficar. Minha resposta já foi dada ao longo desse texto, ela permanecera viva enquanto seus usuários continuarem inovando.  

 

Eu estou avisando e ainda é novembro

(Defesa do Chiefs tackleia Jeremy Shockey)

Minhas provas salvaram o Titans. Sim, minhas provas ajudaram o Titans. Semana passada eu faria um texto explicando porque o Titans não ganharia o Superbowl. Porem, graças as provas de calculo, História Econômica e Macroeconomia eu tive que adiar meu texto. Duas semanas depois eu Kerry Collins passou milagrosamente a jogar futebol americano de verdade. A sorte de Kerry Collins foi que minhas provas adiaram minhas profecias, e como são minhas profecias que definem a realidade, ele se safou pois agora não posso garantir que ele jogara mal.

            Mas se o Titans quiser vencer o Superbowl é bom Kerry Collins continuar a lançar a bola como ele fez nas ultimas duas semanas, pois dafesas não ganham campeonato. Não?! Não. Desculpe se estou quebrando uma certeza universal, algo tão certo como a formula da água ser H20, mas defesas não ganham campeonato.

            Eu poderia pro isso apenas mostrando que ninguém ganha o Superbowl no Madden só escolhendo defesa no Fantasy draft, mas como eu sei que algumas poucas pessoas não se sentiriam convencidas vou me esforçar. Para começar se defesa ganhasse campeonato o time do Ravens teria oito anéis de Superbowl.Tudo bem eles não foram a melhor defesa ano após ano nessa década mas, no geral tiveram a melhor defesa. Por outro lado o melhor ataque da década, o do Patriots, tem 3 anéis de superbowl. O Colts, que sempre teve uma defesa no nível do ataque do Ravens tem um superbowl e diversas participações na post season, assim como o time do Rams antes da aposentadoria de Marc Bulger.

            Nos últimos dez anos a melhor defesa da liga em jardas só venceu o Superbowl uma vez (Buccs em 2002/2003). É cruel, mas é verdade. Especialmente na port season é mais importante ter um bom ataque, ou para ser mais preciso, um bom ataque aéreo. Nesses mesmos dez anos não consigo me lembrar de um time com jogo aéreo, mesmo esse Buccaneers de 2002 tinha um Brad Johnson que conseguia passar a bola. Um bom jogo aéreo é fundamental.

            Isso acontece pois durante a temporada regular a competição não é tão acirrada, jogos são vencidos por muito ou perdidos por muito. Mas em playoffs onde muitas vezes a ultima posse define o jogo ter um ataque que possa mover a bola e principalmente de forma rápida é muito importante. O Titans pelo menos antes dessas duas semana me parecia não ter essa habilidade. Sim, o jogo corrido com Lendale White e Chris Johnson é espetacular mas com 30 segundos no relógio, 0 timeouts no ultimo quarto ele não pode fazer muita coisa.

            Por isso é importante ter um taque que possa passar a bola. Existem aqueles que ainda podem argumentar que uma defesa boa contra o passe é tão importante quanto um ataque., mas eu acho que um Tom Brady tem boas chances de conseguir um TD no ultimo drive do jogo contra o jogo aéreo, por outro lado não confio em Rex Grossman contra a pior defesa da liga. Jogo aéreo é importante e defesa não ganha campeonato, lembre-se disso na pós temporada.

Algo mais difícil por favor

(Anton Cromartie faz uma bonita interceptação para uma defesa que ultimamente não esteve tão bem)

Este ano tem-se falado muito em power shift, eu mesmo já escrevi sobre isso aqui. Não tão surprendente também podemos falar em um power shift de defesas. É estranho mas é verdade. Só isso pode explicar a ascensão de defesas como a do Dolphins, Jets e Bills mas principalmente o declínio de defesas como Broncos, Seahawks e Chargers e é sobre essas que quero falar.

            O Primeiro motivo que sempre me vem a mente quando falamos em queda de produção são sempre lesões e nesse caso não é diferente. No broncos Champ Bailey só já vale por metade da defesa, no Seahawks Patrick Kerney, e no Chargers Shawne Merriman. Esses casos se tornam ainda piores para Chargers e Broncos, já que alem de terem jogadores talentosos lesionados Shane Marriman e Champ Bailey tinham defesas construídas em torno de si.  O Cargers tinham em Marriman uma peça única para conseguir sacks e o Broncos tinha a defesa contra o jogo de passes baseada no talento de Champ Bailey tirar metade do campo.

            Perder um jogador excelente e um jogador chave são duas coisas bem diferentes. Se qualquer jogador da defesa do Patriots se machuca, Bill Belichick põe o faxineiro em campo e ninguém percebe, isso porque não há um jogador único naquela defesa. Esse é o caso de Bailey e Marriman e por isso suas lesões complicam tanto a vida desses times. Para exemplificar melhor a diferença de um bom jogador para um jogador chave o melhor exemplo é de Jason Taylor. Ano pasado em Miami Jason Taylor era o jogador que fazia o papel de hibrido na 3-4/4-3 do Dolphins e por isso era único, caso se lesionasse traria o caos para a defesa, porem esse ano em Washington ele continua o mesmo jogador de antes mas não tendo o mesmo papel de outrora sua lesão só foi mais uma.

            Outra questão que sempre vem a mente é a mudança de sistemas, muitas vezes silenciosas e durante a Offseason você não pensa nela quando em Novembro numa terceira decida com um minuto por jogar no ultimo quarto seu time cede um terceira decida importante. E se formos procurar essa idéia não se mostra errada. No Broncos Larry Coyer foi demitido no inicio do ano passado e a defesa já caiu de 14º para 19º de 2006 para 2007. Em 2008 essa queda continua levando o Obroncos a ser a 27ª pior em jardas permitidas, ainda agravada pela lesão de Bailey. No Chargers não é diferente. Desde a Saída de Scottheheimer a defesa não foi a mesma. Ted Cottrel que assumiu após a defesa após a saída de Scottenheimer e seus amiguinhos, fez a defesa cair de 10º para 14º em jardas e dos ano passado para esse de 14º para 27º, e foi demitido há pouco tempo. Por fim a defesa do Seahawks mantém o mesmo coordenador ofensivo desde 2003 mas a mudança de jogadores e por causa disso a mudança de sistemas acarretam o mesmo efeito nessa.

            Dessa forma não é muito difícil de encontrar as razões para o declínio dessas defesas. Lesões e mudanças de sistema fazem com que as pioras dessas defesas tenham razões em comum, e os números e fatos comprovam isso. Podem pedir algo mais difícil da próxima vez.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Funeral e Plano B


(Matt Cassel corre; o Plano B de Belichick)

            Que eu torço pelo Dolphins e não gosto do Patriots todo mundo sabe. É uma dessas coisas naturais da história do planeta. É como ser vascaíno e não gostar do flamengo, é como não gostar do Internet Explorer ou como ser mulher e não entender a lei do impedimento. São coisas normais da vida. E é por isso que mesmo quando vejo um motivo elogio o Patriots. E esse é um desses casos.

            Domingo, sete de setembro, 5 horas da tarde. Nesse momento eu pulava sozinho em frente ao computador, comemorando a lesão de Tom Brady. Eu sei que comemorar lesão de um jogador é algo um tanto quanto mesquinho, e é mais ainda se pensarmos que na época os torcedores do Dolphins nem sonhavam em playoffs, mas quando você vem de uma temporada 1 – 16, qualquer vitória em cara ou coroa, para ou impar ou purrinha é motivo de comemoração.

            Domingo, 2 de novembro, 11:30 da noite. O Patriots está no Sunday night, e não é só Tom Brady. São Laurence Maroney, Rodney Harrison , Sammy Morris, LaMont Jordan entre outros que estão lesionados. E mesmo assim, o Patriots entra no Monday night com um 5 -2. Esqueça que eles perderam o jogo. Até porque manter um jogo duro contra o Colts no Lucas Oil Stadium por quatro períodos já pode ser considerado uma vitória. O fato é que o Patriots vai surprendetemente bem para que tem tantos jogadores machucados. É ai que se vê o dedo de Bill Belichick.

            Me lembro de Joe Paterno falando da importância de se ter um plano B. Porque você não pode prever as lesões mas pode reduzir o impacto delas quando elas acontessem. No caso do patriots os resultados mostram que o Belichick alem de ser um gênio defensivo, grande líder e ótimo motivador ele também tem um plano B. Esse é um desses casos que o resultado fala por si só. Não sei quando Laurence Maroney, LaMont Jordan ou Lewis Sanders se machucaram, nem quem os substitui, mas sei que a defesa é a nona melhor em pontos e o ataque o sétimo melhor contra o jogo corrido. Isso é ter um plano B.

            Na verdade não mostra só que há um plano B. Mostra que o sistema funciona. Mostra que os esquemas são eficientes. Eu vejo isso em Matt Cassell. Porque por mais que ele seja o plano B, que Bill Belichick tenha visto nele uma qualidade que ninguém viu (ninguém poderia realmente ver nada pois ele não começava um jogo desded o High School), toda vez que você ver um jogador na sua primeira temporada como titular ter um rating de 84, você tem um bom esquema. O jogo corrido não é diferente, algo em Benjarvus Green Ellis me chama atenção e me faz pensar que ele é bom, mas antes dele eu via o dia em que o Patriots colocaria o faxineiro, ou a cozinheira para jogar como Running Back. Ainda sim, sétimo melhor ataque corrido.

            A diferença entre o plano B do Patriots é mais explicito quando comparamo-os a outros times na mesma situação. O teoricamente igualmente talentoso time do Cowboys só de perder Tony Romo acumula 3 derrotas. O Seahawks perdeu Hasselback e tem uma das piores campanhas da liga. E o Bengals sem Carson Palmer... acho que está desistindo de jogar futebol americano (Por pena do Lions, não vou mencionar J. Kitna).

            É lógico que mesmo com todas essas lesões ainda  existe muito talento na Nova Inglaterra. Mas com Backups nas duas principais posições do ataque desde as primeiras semanas chegar na sétima 5 -2 não é tão mal. Agora metade dos jogadores chave da defesa também estão lesionados. Veremos se Belichick consegue manter esse time vivo por mais. Como torcedor do Dolphins estarei esperando com o funeral pronto.  

             

Uma rápida lição ao 49ers

( Chris Johnson; corre, e deixa para trás AJ Hawk, outro bom rookie)

  Há seis meses atrás estavamos nas trevas. Só a recordação desse período já me da calafrios. Não gosto nem de lembrar. A vida sem jogos da NFL fica tão sem sentido. E nesse periodo de escuridão temos o draft. Como uma fenda, que apenas traz um feixe de luz no negro de uma caverna. Por isso talvez damos tanta atenção pra ele. Mas quando a temporada volta e a luz do sol chega de verdade, nós esquecemos da fenda. Mas a fenda continua uma fenda, e talvez agora seja uma boa hora par dar uma olhada por ela.

            Essa semana, em uma rádio em Miami, um ouvinte perguntou se ter uma boa temporada esse ano não atrasaria a reconstrução do time com uma escolha tarde de Draft. A resposta que ele ouviu seria a mesma que a minha, e a mesma que a nossa fenda nos mostra; Não, se você sabe o que faz, você sabe o que faz. E seis meses depois é a melhor hora para provar isso.

            De uma forma geral (por mais que eu não goste de generalizações) acho que as pessoas supervaliam suas primeiras escolhas. Esquecem que alem da escolha do primeiro round ainda existem mais seis jogadores que entrarão a bordo também.

Ai quando as pessoas olham as estatísticas se surpreendem. Comecemos com os Running backs; Todo aquela confusão e aquele barulho por Derren McFadden, mas é o segundo rounder Matt Forte que vem se mostrando um dos melhores e mais completos backs do draft. Enquanto isso McFadden confirma o que ser draftado pelo Raiders indica; Bust. Também não podemos esquecer dos WR. Nenhum no primeiro round. Eu avisei que Desean Jackson merecia uma chance. Oito jogos e 525 jardas depois aqui está ele, junto com Eddie Royal como dois dos mais valiosos dessa classe.

            Ainda não convencido? Essa semana tivemos a chance de ver Chris Horton no Monday Night. Não sabe quem é? Se fosse 1st rounder você saberia. Tem 43 tackles e 3 interceptações. Outro que deveria ganhar um prêmio é Brandon Flowers, primeiro pelos seus 37 tackles e 2 Inteceptações, impressionante para um rookie de segundo round, e segundo por conseguir jogar bem no time do Chiefs. Posso ficar o dia inteiro aqui citando exemplos.

            O fato é que esse também é um ano excepcional para os first rounds. Na verdade, se citarmos Matt Ryan, Joe Flacco, Ryan Clady  e chris Johnson podemos dizer que mesmo os first rounders estão tendo um bom ano. De qualquer forma saiba o que você está fazendo ou não, é importante lembrar isso. A maioria desses jogadores está provando que pode ser útil apenas seise mesase depois de serem draftados. Lembre-se disso quando for gastar seus picks em jogadores problemáticos ou todo seu dinheiro em free agents arriscados. Ouviu 49ers?